Ontem, os índices acionários fecharam em baixa. O S&P 500 recuou 1,56%, enquanto o Nasdaq 100 despencou 2,15%. O Dow Jones Industrial Average caiu 0,84%.

Os índices caminham para sua pior semana em sete meses, à medida que preocupações com avaliações elevadas e com a lucratividade dos grandes investimentos em inteligência artificial levam os investidores a se afastarem de ativos de risco. O índice MSCI All Country World Index (ACWI) recuou 3% nesta semana, aproximando-se de sua maior queda semanal desde 4 de abril, quando as tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump estremeceram os mercados. Os índices asiáticos também caíram 1,7%, aproximando-se de sua pior semana desde abril. O Bitcoin chegou a ser negociado abaixo de US$ 86.000.

O sentimento do mercado piorou de forma evidente, à medida que pesadas nuvens de pessimismo ofuscam o horizonte que antes parecia otimista. Investidores que anteriormente compravam com entusiasmo ações de gigantes da tecnologia — especialmente aquelas que investem fortemente no desenvolvimento e aplicação da inteligência artificial — agora começam a questionar se o preço dessa tecnologia promissora, ainda pouco compreendida, não está alto demais. O relatório da NVIDIA, embora sólido, não foi suficiente para acalmar os traders, que voltaram a vender agressivamente empresas do setor de tecnologia.

As altas taxas de juros nos EUA e as preocupações persistentes com a inflação também continuam pressionando o mercado. Investidores temem que os custos elevados de empréstimos desacelerem o crescimento econômico e reduzam a lucratividade corporativa. Nesse ambiente, muitos preferem reduzir exposição a ativos de risco, como ações, e migrar para instrumentos mais conservadores, como títulos do Tesouro. O rendimento do Treasury de 10 anos subiu um ponto-base, para 4,09%.

"O mercado esteve sob pressão esta semana, já que o sentimento dos investidores esfriou diante das crescentes dúvidas sobre a sustentabilidade do boom da IA", afirmou a Federated Hermes Ltd. Embora a volatilidade tenha aumentado, a maior parte dos analistas encara o movimento atual como uma correção — um ajuste técnico — e não como o início de um declínio prolongado, acrescentou a gestora.

O Goldman Sachs Group Inc. destacou que, desde 1957, houve oito ocasiões — incluindo a desta quinta-feira — em que o S&P 500 abriu com alta superior a 1%, mas reverteu para fechar no vermelho. Por outro lado, historicamente, o desempenho médio após esses episódios foi positivo: o índice ganhou ao menos 2,3% no dia e na semana seguinte, e avançou 4,7% no mês subsequente.

O Bitcoin também atingiu uma nova baixa, sendo negociado abaixo de US$ 86.000.

Ontem, foi divulgado o tão aguardado relatório de emprego do governo, mostrando que o crescimento do emprego nos EUA acelerou em setembro, enquanto a taxa de desemprego aumentou. Os dados indicam que o mercado de trabalho estava se estabilizando antes da paralisação do governo.

Em relação às commodities, a expectativa é de que o petróleo caia mais de 2% na semana, com os preços do Brent caindo abaixo de US$ 63 por barril.

Em termos técnicos para o S&P 500, a principal tarefa dos compradores hoje será superar o nível de resistência mais próximo, de US$ 6.563. Isso ajudaria o índice a avançar e abriria caminho para um possível movimento para um novo nível, de US$ 6.577. Outra prioridade para os otimistas será manter o controle acima de US$ 6.590, o que fortaleceria as posições dos compradores. Se houver um movimento de queda em meio à redução do apetite pelo risco, os compradores deverão se afirmar em torno de US$ 6.552. Uma quebra abaixo desse nível empurraria rapidamente o instrumento de negociação de volta para US$ 6.537 e abriria caminho para US$ 6.520.