Na quinta-feira, 6 de novembro, o Banco da Inglaterra (BoE) realizará sua próxima reunião de política monetária. Atualmente, os mercados precificam cerca de 30% de probabilidade de um corte de 25 pontos-base, que reduziria a taxa para 3,75%. No entanto, à medida que a reunião se aproxima, as expectativas por um corte estão ganhando força.

A queda na inflação ao consumidor reforça a perspectiva de afrouxamento monetário, uma vez que o indicador ficou em 3,8% em setembro, abaixo da previsão do próprio BoE de 4%.
Essa desaceleração da inflação foi impulsionada principalmente pelo arrefecimento dos preços no setor de serviços, o que apoia o argumento para uma possível redução da taxa básica.

Outro fator importante que influencia o processo de tomada de decisão é o mercado de trabalho. As perdas de empregos aceleraram para 10.000 em setembro, e os dois meses anteriores foram revisados para baixo, sinalizando maior risco de desaceleração econômica, o que tende a reforçar o argumento a favor de um corte na taxa de juros.

Além disso, a pressão do governo trabalhista por um aperto fiscal também contribui para a desaceleração da economia, sustentando o cenário de política monetária mais flexível. Assim, embora o mercado ainda precifique a manutenção da taxa, os fatores que favorecem um corte estão ganhando cada vez mais peso. Uma surpresa na reunião de quinta-feira, que leve não apenas à redução da taxa, mas também a uma reação negativa da libra, não pode ser descartada.

Caso a taxa permaneça inalterada, a probabilidade de valorização da libra será mínima. O dólar americano começou a semana fortalecido, em meio a temores de que o Federal Reserve reduza as taxas mais lentamente do que o esperado anteriormente.

Comentários hawkish de alguns membros do FOMC sobre a falta de necessidade de um corte em dezembro prepararam o mercado para uma pausa no ciclo de afrouxamento monetário.

No entanto, essas preocupações podem ser infundadas, já que os sinais de desaceleração da economia dos EUA estão se intensificando. O índice ISM de manufatura caiu de 49,1 para 48,7 pontos em outubro, contrariando expectativas de alta.

Além disso, o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou na segunda-feira que alguns setores da economia americana já estão em recessão, destacando que os gastos dos consumidores estão diminuindo — um sinal indireto de enfraquecimento econômico.

Nos últimos meses, ganhou força a crença de que o forte influxo de investimentos no mercado acionário americano reflete uma economia saudável. Entretanto, a realidade é mais concentrada: os investimentos estão indo majoritariamente para ações de empresas ligadas à inteligência artificial, cuja capitalização de mercado combinada das sete maiores companhias de tecnologia já ultrapassa 35% de todo o índice S&P 500.

Sem o impulso da IA, o panorama do mercado pareceria muito menos promissor, aproximando-se da estagnação.

Se o mercado reconhecer o risco de correção nas ações dos EUA e a ameaça de recessão, o Fed poderá ser forçado a cortar as taxas de forma mais agressiva, o que pressionaria o dólar e daria à libra a oportunidade de retomar sua tendência de alta.

Até lá, porém, a libra permanece fraca, e sua queda contínua parece justificada. O preço calculado mostra uma queda acentuada, embora seja importante observar que, na ausência dos dados da CFTC, o cálculo ainda está incompleto.

Na semana passada, identificamos a região de suporte em 1,3140 como o alvo principal. Desde então, a libra esterlina continuou a cair, e atualmente não há sinais de reversão de alta. A estratégia mais clara neste cenário é manter posições de venda. Qualquer tentativa de movimento ascendente pode ser vista como uma oportunidade para novas vendas, com uma retomada corretiva potencialmente limitada à zona de resistência entre 1,3210 e 1,3230.

No curto prazo, projetamos uma faixa-alvo mais ampla entre 1,2940 e 1,3010, que pode servir como o próximo ponto de suporte relevante.