No início deste mês, Jerome Powell deixou claro que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) continua focado nos riscos ao mercado de trabalho. No entanto, o relatório de inflação atrasado divulgado na semana passada mostrou-se mais fraco do que o esperado, o que provavelmente conterá os "falcões" da inflação dentro do Fed por enquanto.

Os dados do mercado de trabalho têm desempenhado um papel cada vez mais relevante no debate, e, como muitos dirigentes do banco central estão satisfeitos com o nível atual das pressões inflacionárias, cresce a possibilidade de que um corte de juros mais agressivo entre na pauta. Isso permitiria que Powell redirecionasse o foco para o emprego, conduzindo o Fed de volta a uma postura de política neutra.

A decisão sobre as taxas de juros será anunciada na quarta-feira, seguida pela coletiva de imprensa de Powell. Vale destacar que o comitê não divulgará novas projeções econômicas nem previsões de taxas nesta reunião, o que concentrará toda a atenção nos comentários do presidente. Suas declarações deverão ditar o tom dos mercados nas próximas semanas. Frases contundentes ou respostas evasivas podem provocar volatilidade inesperada, razão pela qual os traders se preparam para múltiplos cenários.

A atenção estará voltada, sobretudo, para sinais sobre a futura estratégia do Fed no combate à inflação e no apoio ao mercado de trabalho.

Os contratos futuros indicam que os investidores consideram quase inevitável um corte de 0,25 ponto percentual. No entanto, essa alta probabilidade não implica consenso entre os formuladores de política. Uma minoria significativa — embora reconheça os riscos para o emprego — ainda demonstra preocupação com a inflação.

Também não está claro se o comitê anunciará o fim do aperto quantitativo (QT). Assim, o FOMC pode estar ainda mais dividido do que em setembro, quando nove membros apoiaram no máximo um corte adicional até o fim do ano.

Nesse contexto, é provável que Powell evite fazer previsões firmes sobre as próximas reuniões. A escassez de dados econômicos oficiais, resultado do fechamento prolongado do governo, deve apenas reforçar sua postura cautelosa.

Quadro técnico: EUR/USD

Atualmente, os compradores precisam recuperar o nível de 1,1645. Só isso lhes permitiria tentar testar 1,1668. A partir daí, eles poderiam tentar chegar a 1,1696, embora isso fosse bastante difícil sem o apoio dos principais participantes. O alvo final é a alta de 1,1725. Se o instrumento cair, espero que os principais compradores se tornem ativos perto de 1,1621. Se ninguém aparecer lá, seria melhor esperar por uma renovação da baixa de 1,1602 ou abrir posições de compra a partir de 1,1580.

Panorama técnico: GBP/USD

Para os compradores da libra, é importante romper a resistência mais próxima em 1,3270. Só isso abriria o caminho para 1,3310, embora romper acima desse nível seja bastante desafiador. O alvo final seria o nível 1,3340. Se o par cair, os vendedores tentarão recuperar o controle em 1,3225. Uma quebra bem-sucedida abaixo dessa faixa seria um duro golpe para as posições dos compradores e empurraria o GBP/USD para a mínima de 1,3180, com perspectivas de atingir 1,3140.