O par EUR/USD continuou sua trajetória de queda ao longo da sexta-feira, iniciada na noite de quarta-feira. Após esses 2,5 dias, é difícil afirmar que o euro tenha se depreciado de forma significativa ou que o dólar tenha se fortalecido expressivamente. Ainda assim, o preço consolidou-se abaixo da linha da média móvel, o que, ao menos, impede considerar operações de compra como a abordagem mais lógica no curto prazo.
Apesar da queda do par nos últimos dias da semana passada, nossas expectativas permanecem inalteradas. Não há, até o momento, motivos fundamentais para um fortalecimento do dólar no médio prazo. O que ocorre é apenas uma perda de impulso no movimento de alta observado nos seis primeiros meses do ano. O dólar continua se desvalorizando, mas estamos falando do mercado forex — um dos maiores do mundo — e uma moeda de "porto seguro" simplesmente não pode cair todos os dias ou semanas. O pano de fundo fundamental global, porém, continua apontando claramente para o enfraquecimento do dólar.
O que mudou na semana passada? Em nossa visão, nada. O evento mais relevante, a reunião do Federal Reserve, apenas confirmou as expectativas dovish dos traders. O Fed agora se posiciona para realizar mais dois cortes de juros até o final do ano, superando suas próprias previsões iniciais. Quanto ao que pode acontecer em 2026 ou nos próximos meses sob Donald Trump, ninguém sabe.
Vale destacar que o mercado de trabalho pode continuar se contraindo, já que um único corte de juros dificilmente será suficiente para sustentá-lo. A inflação pode seguir pressionada, uma vez que nenhuma decisão judicial anulou as tarifas de importação de Trump. Além disso, o próprio Trump pode implementar novas tarifas contra Índia e China e pressiona por medidas semelhantes da União Europeia. Ao mesmo tempo, no início de novembro, parte significativa dessas tarifas pode ser declarada ilegal pela Suprema Corte, a autoridade final sobre o assunto. Dessa forma, nos próximos meses, dados macroeconômicos e eventos globais poderão influenciar de forma significativa a política monetária do Fed.
Sem contar que as ações de Trump, voltadas para a "reformulação" do FOMC, podem trazer impactos importantes. Esse é um processo demorado, mas quando o mercado perceber que o Fed pode perder parte de sua independência e que as taxas estão prestes a cair rapidamente, o dólar poderá recuar de maneira mais acentuada.
Tecnicamente, no gráfico semanal, o par recuou após testar a linha de tendência de baixa global. No gráfico de 4 horas, o indicador CCI entrou em território de sobrecompra. O euro também sofreu pressão da libra esterlina, que enfrentou queda acentuada no fim da semana devido a seus próprios problemas, arrastando o euro consigo. No entanto, acreditamos que se trata apenas de uma correção técnica.
A volatilidade média do par EUR/USD nos últimos 5 pregões, em 22 de setembro, é de 90 pontos, o que é considerado "médio". Na segunda-feira, espera-se movimento entre os níveis de 1,1656 e 1,1836. O canal de regressão linear superior ainda está direcionado para cima, indicando a continuidade da tendência de alta. O indicador CCI entrou em território de sobrecompra na semana passada, o que pode ter desencadeado esta nova onda de correção descendente.
Níveis de Suporte mais próximos:
- S1 – 1.1719
- S2 – 1.1597
- S3 – 1.1475
Níveis de Resistência mais próximos:
Recomendações de Negociação:
O par EUR/USD iniciou uma nova onda corretiva; contudo, a tendência de alta permanece intacta, visível em todos os períodos de tempo. O dólar continua sob forte pressão das políticas de Donald Trump, sem sinais de "recuo". Após um mês de alta, a moeda norte-americana parece entrar agora em uma nova fase de declínio prolongado. Quando o preço estiver abaixo da média móvel, podem ser consideradas posições curtas, com alvos em 1,1719 e 1,1656, com base exclusivamente em análise técnica. Acima da linha da média móvel, as posições longas permanecem relevantes, com alvos em 1,1841 e 1,1963, em continuidade à tendência de alta.
Explicação sobre os elementos do gráfico:
- Os canais de regressão linear ajudam a identificar a tendência atual. Se ambos os canais estiverem apontados na mesma direção, a tendência é considerada forte.
- A linha da média móvel (configurações: 20,0, suavizada) define a tendência de curto prazo e a direção em que se deve negociar.
- Níveis de Murray – níveis-alvo para movimentos e correções.
- Níveis de volatilidade (linhas vermelhas) – o canal de preço provável em que o par poderá ser negociado nas próximas 24 horas, com base nas métricas de volatilidade atuais.
- O indicador CCI – quando entra em território de sobrevenda (abaixo de -250) ou sobrecompra (acima de +250), sinaliza uma potencial reversão da tendência na direção oposta.