O dólar americano enfrentou uma série de desafios ontem, após a divulgação de dados fracos sobre a indústria manufatureira. No entanto, as declarações do representante do Federal Reserve, Austan Goolsbee, presidente do Federal Reserve Bank de Chicago, ajudaram a aliviar a pressão.

O formulador de políticas Austan Goolsbee declarou que pretende avaliar mais dados econômicos antes de decidir como votará na próxima reunião do Federal Reserve, em dezembro, mas ressaltou que, no momento, está mais preocupado com a inflação do que com o mercado de trabalho.

Ele afirmou, em entrevista ao Yahoo Finance nesta segunda-feira, que ainda não havia tomado uma decisão em relação à reunião de dezembro e acrescentou que sua principal preocupação é o comportamento da inflação, que, segundo ele, permanece acima da meta há quatro anos e meio, com uma tendência pouco favorável.

Essa retórica, amplamente alinhada com as declarações recentes do Fed, contribuiu para reduzir os temores de um afrouxamento prematuro da política monetária. Os investidores, preocupados com uma possível desaceleração do crescimento econômico, sentiram-se um tanto aliviados diante da ênfase contínua do Fed no combate à inflação.

Goolsbee destacou que uma retirada precipitada da postura hawkish poderia prejudicar a estabilidade dos preços no longo prazo e, consequentemente, a economia em geral. Contudo, a incerteza persiste. O mercado continua a monitorar de perto os próximos indicadores econômicos, especialmente os relatórios de inflação e emprego, que estão suspensos há mais de um mês devido ao shutdown do governo.

A reunião de dezembro do banco central promete ser um dos eventos mais importantes do ano, com potencial para impactar fortemente a dinâmica do mercado de câmbio e a estabilidade financeira global. Até lá, a volatilidade deve permanecer elevada, refletindo a tensão constante entre o medo de recessão e a necessidade de conter a pressão inflacionária.

Vale lembrar que os formuladores de políticas, incluindo Goolsbee, votaram por reduzir a taxa de juros em 25 pontos-base na reunião de 28 a 29 de outubro, marcando o segundo corte consecutivo, em uma tentativa de apoiar um mercado de trabalho enfraquecido.

Durante a coletiva de imprensa, o presidente Jerome Powell alertou que um novo corte de taxa em dezembro, amplamente antecipado pelos mercados, não está garantido.

Alguns oficiais expressaram preocupação de que a inflação, atualmente em 3% ao ano, não esteja desacelerando rapidamente o suficiente em direção à meta de 2%, e que uma economia ainda resiliente possa reacender as pressões inflacionárias.

Ao final da entrevista, Goolsbee acrescentou que ainda acredita que as taxas de juros podem cair de forma significativa, mas ressaltou que seria mais prudente que o movimento ocorresse de forma gradual, acompanhando a trajetória da inflação.

Perspectiva Técnica para o EUR/USD: Os compradores precisam reconquistar o nível de 1,1540 para retomar o controle de curto prazo. A partir daí, o par poderia testar 1,1580 e, posteriormente, avançar até 1,1610, embora esse movimento dependa do apoio de grandes players institucionais. O alvo mais distante para alta está em 1,1640. Em caso de recuo, espera-se atividade compradora significativa em torno de 1,1500. Se essa demanda não se materializar, será prudente aguardar a renovação da mínima em 1,1460 ou buscar posições de compras próximas de 1,1430.

Perspectiva Técnica para o GBP/USD: Os compradores da libra precisam recuperar a resistência imediata em 1,3160 para abrir espaço rumo a 1,3190, acima da qual o avanço será mais difícil. O alvo superior situa-se em 1,3220. Em contrapartida, os vendedores tentarão retomar o controle em torno de 1,3130. Caso obtenham sucesso, uma quebra desse suporte poderá prejudicar as posições altistas e empurrar o par para 1,3095, com potencial de extensão até 1,3060.