Ontem, os principais índices de Wall Street encerraram o pregão com resultados mistos.
O S&P 500 avançou 0,17%, enquanto o Nasdaq 100 registrou alta de 0,46%. Por outro lado, o Dow Jones Industrial Average recuou 0,48%. Hoje, porém, a pressão sobre o mercado voltou, à medida que a incerteza em torno das perspectivas de política monetária do Federal Reserve tornou os investidores mais cautelosos.

Os contratos futuros do S&P 500 caíram 0,8%, após o leve avanço do índice na segunda-feira, enquanto os futuros do Nasdaq 100 recuaram 1,1%. Os principais índices europeus também apontam para uma abertura em baixa.

O fator de incerteza se intensificou após a publicação dos novos dados macroeconômicos dos Estados Unidos, que também não ajudaram a esclarecer o cenário. Os indicadores de produção apontaram para nova contração no setor manufatureiro, o que pode pressionar o Federal Reserve a adotar uma postura mais acomodatícia. Segundo dados divulgados na segunda-feira, o Índice de Manufatura do Instituto de Gestão de Suprimentos (ISM) caiu 0,4 ponto, para 48,7. Leituras abaixo da marca de 50 indicam contração, e, durante a maior parte deste ano, o indicador permaneceu oscilando em uma faixa estreita. Por outro lado, os indicadores de inflação, embora mostrem tendência de queda, ainda permanecem significativamente acima da meta, criando um dilema para o banco central.

Como resultado, os investidores adotam uma postura mais cautelosa, reduzindo sua exposição a ativos de risco.

As ações asiáticas recuaram 0,8%, enquanto, na Coreia do Sul, o regulador emitiu um aviso de investimento incomum sobre a SK Hynix Inc., após uma valorização de 240% nas ações.

O índice do dólar americano manteve sua trajetória de alta pelo quinto dia consecutivo, fortalecendo-se diante da maioria das moedas globais e sendo negociado em níveis não vistos desde agosto deste ano. O avanço ocorreu em meio a sinais divergentes vindos de autoridades do Federal Reserve, após o alerta do presidente Jerome Powell na semana passada de que um corte de taxa em dezembro não está previamente definido.

Vários membros do banco central expressaram opiniões conflitantes sobre as perspectivas de novos cortes nas taxas. O presidente do Federal Reserve Bank de Chicago, Austan Goolsbee, afirmou estar mais preocupado com a inflação do que com o mercado de trabalho. Já a governadora do Fed, Lisa Cook, destacou acreditar que o risco de um enfraquecimento adicional do mercado de trabalho supera a probabilidade de uma aceleração inflacionária, razão pela qual optou por não apoiar um novo corte de juros no próximo mês. "Olhando para o futuro, a política não está em um caminho pré-determinado", afirmou Cook. "Estamos em um momento em que os riscos para ambos os lados do mandato duplo estão elevados. Cada reunião — inclusive a de dezembro — é uma reunião ao vivo."

Nos outros segmentos do mercado, o ouro caiu pela terceira sessão consecutiva, enquanto os títulos do Tesouro se mantiveram estáveis. Os preços do petróleo recuaram em reação à decisão da OPEC+ de interromper o aumento da produção. O iene japonês registrou valorização após o ministro das Finanças do Japão emitir novo alerta verbal sobre as flutuações da moeda.

Do ponto de vista técnico, a principal tarefa dos compradores hoje será superar a resistência imediata em US$ 6.801. Esse movimento reforçaria o impulso altista e abriria caminho para uma nova quebra rumo ao próximo nível de US$ 6.819. Uma meta igualmente importante para os otimistas será consolidar o controle acima de US$ 6.837, o que fortaleceria ainda mais as posições compradoras.

Em caso de movimento de baixa, impulsionado por uma redução do apetite ao risco, os compradores deverão defender a região de suporte em torno de US$ 6.784.
Uma quebra abaixo desse nível poderia levar o índice rapidamente de volta a US$ 6.769, abrindo espaço para uma nova correção até US$ 6.756.