Há apenas algumas semanas, analistas do Goldman Sachs previram que o ouro poderia em breve atingir a marca de US$ 4.000. Ontem, essa previsão se concretizou. O preço do ouro à vista superou os US$ 4.000 por onça pela primeira vez e agora se mantém em torno de US$ 4.036. Esse marco histórico ocorre em meio ao aumento das preocupações de que a paralisação do governo dos EUA possa ter um impacto severo sobre a economia do país.

É um momento histórico para o ouro, que era negociado abaixo de US$ 2.000 há apenas dois anos. Somente neste ano, o ouro já subiu mais de 50%, impulsionado pela incerteza no comércio global, questionamentos sobre a independência do Federal Reserve e preocupações com a estabilidade financeira dos EUA. Crescentes tensões geopolíticas também têm desempenhado um papel importante no aumento da demanda por ativos de proteção, enquanto os bancos centrais aumentaram suas compras de ouro nos últimos meses.

O recente rali do ouro tornou-se especialmente notável, à medida que os investidores buscam proteção contra possíveis choques de mercado decorrentes do impasse orçamentário em Washington. A mudança de postura do Federal Reserve em direção a uma política monetária mais branda também deu suporte adicional à valorização do ouro, já que o metal não rende juros. Como resposta, os investidores aumentaram sua exposição a fundos negociados em bolsa (ETFs). De fato, em setembro, os ETFs respaldados por ouro físico registraram seu maior fluxo mensal em mais de três anos. Além disso, o enfraquecimento do dólar — impulsionado pelas expectativas de cortes nas taxas de juros pelo Fed — tornou o ouro relativamente mais acessível para compradores estrangeiros, estimulando ainda mais a demanda.

No geral, a convergência desses fatores criou um ambiente ideal para a continuação da valorização do ouro. No entanto, os investidores devem estar cientes de que o mercado de ouro também está sujeito a volatilidade. A tomada de decisões deve considerar diferentes cenários possíveis. É fundamental manter uma carteira diversificada e evitar depender exclusivamente do ouro como ferramenta de preservação de capital.

Historicamente, os grandes picos nos preços do ouro coincidiram frequentemente com períodos de estresse econômico e geopolítico mais amplo. O ouro superou os US$ 1.000 por onça após a crise financeira global, US$ 2.000 durante a pandemia de COVID-19 e US$ 3.000 durante os anúncios de tarifas do governo Trump, que abalaram os mercados globais em março.

Agora, o metal precioso ultrapassou o patamar de US$ 4.000 em meio a uma nova onda de turbulência — incluindo ataques verbais do presidente dos EUA, Donald Trump, ao Federal Reserve. Isso inclui ameaças diretas ao presidente do Fed, Jerome Powell, e tentativas de destituir a governadora Lisa Cook — possivelmente o maior desafio até agora à independência do banco central norte-americano.

Do ponto de vista técnico, os compradores agora precisam romper a resistência mais próxima em US$ 4.062. Um rompimento bem-sucedido acima desse nível abriria caminho para US$ 4.124, acima do qual novos avanços provavelmente enfrentarão dificuldades. O alvo final da tendência de alta pode ser a região de US$ 4.186.

Se os preços começarem a recuar, os vendedores (ursos) tentarão retomar o controle em torno de US$ 4.008. Um rompimento confirmado abaixo desse nível representaria um golpe significativo para os compradores (touros) e poderia puxar o ouro para a região de US$ 3.954, com potencial de queda adicional até US$ 3.906.

Do ponto de vista técnico, os compradores agora precisam romper a resistência mais próxima em US$ 4.062. Um rompimento bem-sucedido acima desse nível abriria caminho para US$ 4.124, acima do qual novos avanços provavelmente enfrentarão dificuldades. O alvo final da tendência de alta pode ser a região de US$ 4.186.

Se os preços começarem a recuar, os vendedores tentarão retomar o controle em torno de US$ 4.008. Um rompimento confirmado abaixo desse nível representaria um golpe significativo para os compradores e poderia puxar o ouro para a região de US$ 3.954, com potencial de queda adicional até US$ 3.906.