Na quarta-feira, o par GBP/USD manteve sua trajetória de queda, em um movimento de natureza corretiva que pode se encerrar a qualquer momento. O preço permaneceu abaixo da média móvel, e não houve grandes eventos macroeconômicos ao longo da semana. Ainda assim, a atividade do mercado foi sustentada pelos desdobramentos envolvendo Donald Trump.
Na segunda-feira, o mercado reagiu à notícia de que a Casa Branca começou a enviar notificações sobre futuros aumentos tarifários a todos os países que não chegarem a um acordo até 9 de julho. A partir dessa data, ficou confirmado que as tarifas serão elevadas, inicialmente, para apenas 15 países, a partir de 1º de agosto. Trump não esclareceu qual será o destino dos demais países, mas tudo indica que a administração pretende divulgar novas medidas tarifárias de forma gradual — tanto para evitar choques nos mercados quanto para manter presença constante na mídia.
Na terça-feira, Trump anunciou aumentos de tarifas para a Coreia do Sul e o Japão, além de outros 13 países, muitos dos quais são relativamente pequenos ou possuem PIB inferior ao da cidade de Los Angeles. De todo modo, as tarifas estão programadas para entrar em vigor em 1º de agosto, embora novas alterações ainda sejam possíveis até lá.
Na quarta-feira, foi revelado que nenhum acordo comercial com a China foi finalizado, já que as negociações seguem em andamento. Na prática, isso anula um dos três acordos comerciais que haviam sido anunciados. O acordo com o Reino Unido nunca esteve sob suspeita, enquanto o firmado com o Vietnã teve pouca repercussão. Após três meses do "período de carência" concedido por Trump, está claro que nenhum dos parceiros comerciais demonstra pressa em atender às exigências da Casa Branca. Pode-se dizer que esses países estão mais preocupados com os consumidores norte-americanos, que, no fim das contas, arcarão com os preços mais altos dos produtos importados. Analistas estimam que a tarifa média paga atualmente pelos consumidores dos EUA gira em torno de 18% — o maior nível dos últimos 90 anos. Na prática, esses 18% funcionam como um imposto de importação, independentemente da nomenclatura utilizada.
Esses acontecimentos confirmam previsões anteriores. Trump prometeu cortes de impostos aos americanos, mas, ao mesmo tempo, reduziu o financiamento de programas de saúde e assistência social, enquanto elevou os gastos com defesa e fiscalização migratória. Isso exigiu a aprovação de um amplo pacote legislativo que não poderia ser vetado parcialmente. Além disso, ele iniciou uma guerra comercial que deve resultar em um aumento médio de cerca de 18% nos preços de todos os produtos importados pagos pelos consumidores norte-americanos.
Vale destacar que as tarifas de importação atualmente em vigor não são definitivas. Trump continua ameaçando novos aumentos. Os dois acordos comerciais firmados após três meses de negociações indicam que as tarifas permanecerão em vigor de qualquer forma. Por exemplo, o Reino Unido pagará uma alíquota padrão de 10% sobre a maioria dos produtos, enquanto o Vietnã enfrentará tarifas variando entre 20% e 40%. Essas taxas vieram para ficar e provavelmente aumentarão para os países que não firmarem acordos. Isso sem contar as tarifas específicas por setor, como as aplicadas a semicondutores, automóveis, cobre, aço, alumínio, produtos farmacêuticos, filmes, entre outros.
Nesse contexto, não surpreende que o dólar americano esteja sob pressão — e tudo indica que essa pressão deve continuar.
Volatilidade média e previsão (GBP/USD)
A volatilidade média do GBP/USD nos últimos cinco dias de negociação é de 80 pontos, o que é considerado "moderado". Na quinta-feira, 10 de julho, o movimento deve ficar dentro da faixa definida pelos níveis de 1,3508 e 1,3668. O canal de regressão linear sênior está apontando para cima, indicando uma clara tendência de alta. O indicador CCI entrou na zona de sobrevenda pela segunda vez recentemente, sugerindo novamente uma possível retomada da tendência de alta. Também se formou uma divergência de alta.
Níveis de suporte mais próximos:
- S1 – 1.3550
- S2 – 1.3489
- S3 – 1.3428
Níveis de resistência mais próximos:
- R1 – 1.3611
- R2 – 1.3672
- R3 – 1.3733
Recomendações de negociação:
O par GBP/USD continua em uma correção descendente moderada, que pode chegar ao fim em breve. No médio prazo, a política de Donald Trump deve seguir exercendo pressão sobre o dólar. Assim, as posições longas, com alvos em 1,3672 e 1,3733, permanecem relevantes, desde que o preço se mantenha acima da média móvel.
Caso o preço permaneça abaixo da linha da média móvel, podem ser consideradas posições curtas, mirando os níveis de 1,3550 e 1,3508. No entanto, não se espera uma forte recuperação do dólar nas condições atuais. A moeda americana pode apresentar correções pontuais, mas uma recuperação sustentada exigiria sinais claros de resolução do conflito comercial global.
Elementos destacados nas ilustrações:
Os canais de regressão linear ajudam a identificar a tendência atual. Quando ambos estão alinhados na mesma direção, indicam uma tendência forte.
A linha da média móvel (configuração: 20,0, suavizada) mostra a direção de curto prazo e deve servir como referência para as operações.
Os níveis de Murray funcionam como alvos para movimentos e correções.
Já os níveis de volatilidade (linhas vermelhas) representam a faixa diária de preços esperada, com base nos dados atuais de volatilidade.
Por fim, quando o indicador CCI entra em zonas de sobrevenda (abaixo de -250) ou sobrecompra (acima de +250), isso pode sinalizar uma possível reversão da tendência.