O par EUR/USD teve um comportamento bastante estável na quarta-feira. Como mencionamos anteriormente, não havia razão para esperar que os índices de atividade empresarial influenciassem significativamente as negociações — especialmente os europeus. Mais uma vez, o cenário macroeconômico europeu mostrou-se neutro, enquanto os dados dos Estados Unidos contribuíram para mais uma desvalorização do dólar.
No entanto, a aparente calmaria dos últimos dias não significa que o mercado esteja estabilizado ou livre de movimentos bruscos. Somente na última semana, diversas notícias surgiram com potencial para pressionar ainda mais o dólar. Entre elas estão a tentativa fracassada de derrubar judicialmente as tarifas impostas por Trump, a renovada pressão sobre a China com novas acusações, além do aumento das tarifas sobre importações de aço e alumínio — que entraram em vigor justamente ontem e agora estão fixadas em 50%. É improvável que o Canadá, a União Europeia e outros parceiros comerciais deixem essas ações sem resposta, uma vez que Trump está claramente empenhado em proteger as indústrias americanas.
Fontes não oficiais apontaram que Trump poderá em breve aumentar a pressão sobre a UE. Vale lembrar que, no início deste mês, ele anunciou a intenção de elevar para 50% as tarifas sobre todos os produtos europeus, mas voltou atrás após conversas com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Eles concordaram em intensificar as negociações até 9 de julho, o que indica que Trump está aguardando uma proposta comercial mais favorável por parte da UE.
Já dissemos diversas vezes que a "justiça segundo Trump" é um conceito peculiar. Estamos convencidos de que a guerra comercial foi iniciada por ele com o objetivo direto de pressionar tanto a União Europeia quanto a China. Seu objetivo parece claro: obter mais receitas via tarifas de importação ou forçar a remoção de barreiras comerciais contra produtos americanos nesses mercados — ou, mais provavelmente, ambos, sem oferecer concessões em troca.
Visto que as negociações com a UE voltaram a ficar paralisadas, o mercado espera que Trump jogue suas cartas na mesa. E ele tem muitas:
- Chantagem com a ajuda à Ucrânia — Trump pode ameaçar cortar o apoio financeiro dos Estados Unidos à Ucrânia em seu conflito com a Rússia. É evidente que a guerra representa um problema muito mais grave para os países da União Europeia do que para os EUA, que estão protegidos do outro lado do Atlântico. Caso Washington se retire, o peso financeiro recairá quase integralmente sobre Bruxelas.
- Retirada da OTAN — Trump pode optar por retirar os EUA da OTAN ou, ao menos, retirar as tropas americanas estacionadas na Europa. Isso enfraqueceria seriamente a capacidade de defesa da União Europeia, especialmente diante do receio de que o conflito na Ucrânia se expanda além de suas fronteiras.
- Aumento de tarifas — Caso as negociações com a UE fracassem até o prazo estabelecido de 9 de julho, Trump poderá elevar novamente as tarifas sobre as importações europeias.
Assim, Trump tem várias maneiras de exercer pressão sobre a União Europeia.
A volatilidade média do par EUR/USD nos últimos cinco dias de negociação, até 5 de junho, foi de 105 pips — um nível considerado "alto". Para esta quinta-feira, projeta-se que o par opere dentro da faixa de 1,1320 a 1,1530. O canal de regressão de longo prazo continua inclinado para cima, sinalizando a manutenção da tendência de alta. Além disso, o indicador CCI recuou para a zona de sobrevenda, onde se formou uma divergência altista, favorecendo a retomada do movimento ascendente.
Níveis de suporte mais próximos:
S1 – 1.1414
S2 – 1.1353
S3 – 1.1292
Níveis de resistência mais próximos:
R1 – 1.1475
R2 – 1.1536
R3 – 1.1597
Recomendações de negociação:
O par EUR/USD está tentando retomar sua tendência de alta. Nos últimos meses, dissemos consistentemente que esperamos apenas uma queda para o euro no médio prazo, porque o dólar ainda não tem motivos para cair — exceto pelas políticas de Donald Trump, que provavelmente terão efeitos destrutivos e duradouros na economia dos EUA. No entanto, ainda observamos a completa falta de disposição do mercado em comprar o dólar, mesmo quando há motivos para isso, e uma total indiferença a quaisquer fatores positivos para o dólar.
Se o preço estiver abaixo da média móvel, posições vendidas com alvos em 1,1292 e 1,1230 são relevantes, embora uma queda significativa do par não seja esperada nas condições atuais. Acima da média móvel, podem ser consideradas posições compradas com alvos em 1,1475 e 1,1530.
Explicação das ilustrações:
Os canais de regressão linear ajudam a determinar a tendência atual. Se ambos os canais estiverem alinhados, isso indica uma forte tendência.
A linha de média móvel (configurações: 20,0, suavizada) define a tendência de curto prazo e orienta a direção da negociação.
Os níveis de Murray funcionam como níveis-alvo para movimentos e correções.
Os níveis de volatilidade (linhas vermelhas) representam a faixa de preço provável para o par nas próximas 24 horas com base nas leituras de volatilidade atuais.
Indicador CCI: Se entrar na região de sobrevenda (abaixo de -250) ou na região de sobrecompra (acima de +250), ele sinaliza uma iminente reversão de tendência na direção oposta.