Espera-se que o Banco da Inglaterra corte as taxas de juros em 0,25 ponto percentual hoje e sinalize que uma nova redução é provável em junho. Isso pode colocar o banco central no caminho de seus primeiros cortes consecutivos desde 2009, à medida que a guerra comercial dos EUA obscurece as perspectivas de crescimento global. A libra esterlina, como mostrado no gráfico, está reagindo de forma bastante negativa a essa expectativa.

Os economistas preveem que os formuladores de política monetária do Reino Unido reduzirão a taxa básica de 4,5% para 4,25%, e ao menos um dos nove membros do Comitê de Política Monetária pode votar por um corte de meio ponto percentual. Os mercados futuros já precificam um corte de 25 pontos-base e atribuem alta probabilidade a uma nova redução na próxima reunião.

Vale lembrar que o Banco da Inglaterra cortou as taxas três vezes no ano passado, a partir de agosto, e as manteve estáveis desde fevereiro, em meio a preocupações com as políticas tarifárias de Trump e a elevação da inflação. No entanto, com os preços em queda constante, o banco central provavelmente concluiu que é melhor apoiar a economia agora do que aguardar uma reação incerta à guerra comercial de Trump no futuro.

Essa decisão certamente impactará a libra esterlina, que deve apresentar volatilidade no curto prazo. Além disso, pode incentivar outros bancos centrais a adotarem medidas semelhantes para sustentar suas economias diante da crescente incerteza global. Ainda assim, é importante lembrar que um corte na taxa de juros não é uma solução mágica. Sua eficácia dependerá, em grande parte, da disposição das empresas para investir e da confiança dos consumidores em gastar. Se o cenário econômico seguir incerto, o corte pode não ser suficiente para impulsionar o crescimento.

Embora a decisão de afrouxamento esperada para hoje deva ser amplamente consensual, é possível que alguns membros defendam uma ação mais agressiva. Isso indicaria um fortalecimento da postura dovish dentro do Banco da Inglaterra. Swati Dhingra, a integrante mais dovish do comitê, junto com Alan Taylor e Catherine Mann, já haviam votado anteriormente por cortes mais profundos, mas nas reuniões recentes alinharam-se à maioria para manter as taxas inalteradas.

Quanto às diretrizes futuras, o Banco da Inglaterra não atualiza suas projeções desde fevereiro, quando orientou os mercados a esperar cortes graduais e cautelosos. A inclusão da palavra "cautelosos" tinha como objetivo dar ao comitê tempo para avaliar os efeitos da política comercial de Trump. Se essa linguagem for suavizada ou retirada na comunicação de hoje, isso sinalizaria uma mudança no balanço de riscos — da inflação para o crescimento mais fraco — indicando que o ciclo de afrouxamento deve prosseguir.

Esse movimento, sem dúvida, seria um sinal baixista para a libra esterlina e para sua perspectiva de alta no longo prazo.

Perspectiva técnica para GBP/USD:

Os compradores da libra precisam recuperar a resistência imediata em 1,3365. Apenas esse movimento abriria espaço para uma tentativa de avanço até 1,3399 — uma barreira difícil de ser rompida. O objetivo final do movimento de alta está em 1,3437. Caso o par recue, os vendedores tentarão assumir o controle a partir do suporte em 1,3285. Se houver uma quebra bem-sucedida dessa faixa, será um golpe significativo para os touros, podendo levar o GBP/USD a mínimas de 1,3260 e, possivelmente, 1,3235.

Perspectiva técnica para EUR/USD:

Os compradores precisam se concentrar na recuperação do nível de 1,1340. Apenas com essa superação será viável buscar um teste da resistência em 1,1380. A partir daí, o preço pode subir até 1,1420, embora alcançar esse patamar sem o suporte dos grandes participantes do mercado seja bastante desafiador. O alvo mais ambicioso para os compradores é 1,1450. Caso o instrumento recue, espera-se que a demanda retorne em torno de 1,1305. Na ausência de interesse comprador nesse nível, será mais prudente aguardar um novo teste do suporte em 1,1270 ou buscar oportunidades de compra mais abaixo, em torno de 1,1230.